4 de Julho de 2011
Gazeta de Mérito para Adelino GomesReunido no Clube de Jornalistas no passado dia 29, o Júri dos Prémios Gazeta, congratula-se com o renovado interesse manifestado, este ano, pelos mais prestigiados galardões atribuídos aos jornalistas em Portugal, traduzido na recepção de uma centena de trabalhos no conjunto das diversas modalidades a concurso, sendo que na maior parte dos casos se trata de trabalhos de boa ou muito boa qualidade. A diversificação dos Prémios – que têm o patrocínio exclusivo da CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS – pelos diversos géneros jornalísticos veio abrir novas e mais amplas possibilidades de participação, assim permitindo um melhor acompanhamento e valorização da própria diversidade das diversas formas do exercício do jornalismo e da identidade jornalística.
O Prémio Gazeta de Mérito foi atribuído a Adelino Gomes, que ao longo da sua carreira de quatro décadas e meia exerceu a profissão, a diversos níveis de responsabilidade, na rádio (RCP, Renascença, RDP, Antena 1), na televisão (RTP) e na imprensa (Público) sempre com um alto nível de seriedade, isenção e rigor. Enveredou, com êxito, pela vida académica, depois de várias experiências como professor e formador. Enquanto jornalista, desde cedo se afirmou pela sua competência e sentido da responsabilidade social da profissão. Desde sempre cedo também, Adelino Gomes revelou-se, essencialmente, como repórter, tendo o seu nome indelevelmente ligado, por exemplo, à cobertura de acontecimentos como o 25 de Abril de 1974, o 11 de Março de 1975 e a guerra civil em Timor (na televisão), mas também a programas como o PBX ou o Página 1 (na rádio). Um repórter no que esta expressão contém de mais digno – respeito pela verdade e interesse pelos factos, pelas pessoas e pela vida, ou seja, por aquilo que é a matéria-prima essencial da informação jornalística, encarada como um serviço prestado àqueles que constituem os destinatários e os potenciais beneficiários do nosso trabalho: os leitores, os ouvintes, os telespectadores.
O Prémio Gazeta de Imprensa foi atribuído a Sofia Lorena, do Público, pelo notável conjunto de reportagens sobre o Iraque em que, num estilo vivo e fluente, ressalta uma informação humanamente muito rica e diversificada, construída recorrendo à valorização da cor local, à atenção ao significado do pormenor, à prioridade dada ao contacto directo e enriquecedor com as pessoas e superiormente ilustrada com as imagens do repórter fotográfico Nuno Ferreira Santos.
O Prémio Gazeta de Rádio foi atribuído a Carlos Júlio, da TSF, pela sua reportagem “A terra a quem a trabalha”, um útil, actual e significativo exercício de recuperação da memória, com base em depoimentos de protagonistas de – sublinha o autor – “um tempo ainda hoje muito polémico na sociedade portuguesa” – a Reforma Agrária.
O Prémio Gazeta de Televisão foi atribuído a Ana Sofia Fonseca pela reportagem emitida na SIC “O meu nome é Portugal”, que conta a história de uma criança moçambicana trazida para Portugal como “mascote” por soldados portugueses regressados da guerra colonial, da sua posterior vida de abandono e privações, da sua saudade de uma mãe e de uma pátria de que já mal se lembrava e, finalmente, do regresso e do reencontro ambicionados. Nesta e noutras reportagens enviadas a concurso, Ana Sofia Fonseca não faz entrevistas – cria personagens. E concretiza-o numa linguagem em que palavras, música e imagem convergem e mutuamente se potenciam numa narrativa plena de sensibilidade e criatividade. As imagens são da autoria do repórter Paulo Cepa. Edição de imagem: Luís Gonçalves.
O Prémio Gazeta de Fotografia foi atribuído a Rodrigo Cabrita, do Diário de Notícias, pela foto “Amor e sofrimento na hora do Adeus”, captada na vigília que precedeu o funeral de José Saramago, em que a figura jacente do escritor e o rosto de dor e ternura de Pilar compõem uma imagem bela, comovedora e, simultaneamente, de grande sentido jornalístico.
O Prémio Gazeta Revelação foi atribuído a Clara Silva, do jornal i, pela maturidade da escrita, pelo precoce domínio das técnicas jornalísticas e pela versatilidade demonstrada no tratamento de temáticas tão diferentes como os perfis humanos presentes em “Amor e uma autocaravana” ou a viagem surpreendente ao mundo de onde emerge “Ketamina, a nova droga”.
A Direcção do Clube de Jornalistas atribuiu o Prémio Gazeta de Imprensa Regional ao Semanário “Região de Leiria”.
A qualidade do projecto jornalístico, evidente nos textos, na paginação, na fotografia, na diversidade dos temas abordados é um sinal de qualidade do “Região de Leiria” no panorama da Imprensa Regional.
A já longa história do jornal, fundado em 1935, e a difusão em toda a região, reflectem a solidez do projecto.
O Prémio Gazeta Multimédia não foi atribuído por ausência de trabalhos a concurso.
Composição do Júri: Eugénio Alves (CJ), Daniel Ricardo (CJ), Elizabete Caramelo (docente universitária), Eva Henningsen (Associação de Imprensa Estrangeira em Portugal), Fernando Cascais (docente universitário), Fernanda Bizarro (free-lancer), Fernando Correia (jornalista e docente universitário), Jorge Leitão Ramos (crítico de cinema e televisão), José Rebelo (docente universitário) e José Manuel Paquete de Oliveira (sociólogo e docente universitário).
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