NUNCA SERÁ DEMAIS DENUNCIAR ESTAS SITUAÇÕES...
Prometiam-lhes o "paraíso" mas viram o Inferno no Alentejo
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Para lá do medo das retaliações - as redes de contornos mafiosos não perdoam -
há outro medo maior: a intervenção das autoridades portuguesas por se
encontrarem em situação ilegal, e a falta de condições para suportar os encargos
com as despesas no Hospital de Beja. O desespero em que vivem impeliu-os a
falar. Querem libertar-se da pressão de quem os obriga a um trabalho sem
direitos e ainda por cima sujeito a extorsão de parte do que ganha, cerca de 30
euros por dia. A esposa, Lenuta Beleci, de 42 anos, teve o acidente na véspera
do seu aniversário. As cicatrizes vão acompanhá-la toda a vida, nas duas pernas
e numa omoplata. Procuraram Portugal pensando numa vida melhor, no "paraíso" diz
ela, tentando sorrir. Ficaram cheios de dívídas." Fomos nós que pagámos o
funeral e a trasladação do corpo para a Roménia". O que esperam agora é
regressar o mais depressa possível à sua terra. Mas não podem por causa dos
tratamentos de Lenuta. Deixam um agradecimento "do coração" ao médico que tratou
deles e às enfermeiras do Hospital de Beja. "Ali fomos iguais aos portugueses".
A exploração desenfreada de que são vítimas impõe-lhes tarefas violentas sem direito a seguro de trabalho, segurança social, subsídio de férias e de Natal. O ordenado fica-se pelo mínimo nacional, por 8, 10 ou 12 horas de trabalho, seis dias por semana, muitas vezes aos domingos e feriados.
Alberto Matos, dirigente da Solidariedade Emigrante (Solim), tem sido testemunha ao longo dos últimos anos de casos dramáticos que vão desde o internamento no Hospital de Beja por exaustão, vítimas de ataques cardíacos e AVC devido aos longos e violentos períodos de trabalho sem descanso, classifica a presença de imigrantes oriundos de países comunitários como "a última moda". Ao abrigo dos acordos de livre circulação na União Europeia, podem permanecer legalmente até três meses, sem comunicar a sua presença às câmaras municipais. Fazem uma campanha agrícola de dois meses em Portugal, dois meses em Espanha, dois meses em França, "sem contratos nem horários de trabalho, nem salário mínimo".
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