terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MEMÓRIA... TEXTO DE MIGUEL PORTAS

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Produzido por Miguel Portas
Sábado, 17 Dezembro 2011 12:30
"Em consequência da II Guerra Mundial, a perspectiva que a Europa oferecia era de miséria e desolação (...) Tudo e todos parecem gastos, sem recursos, exaustos". A citação é de Pós-Guerra, a grande história da Europa de Tony Judt. Foi desta tábua rasa – onde havia muito pouco de tudo - que nasceu a Europa que conhecemos.
Vários factores foram decisivos para que a Europa tivesse recuperado tanto em tão poucos anos. "Numa coisa todos os resistentes e políticos concordavam: seria necessário intervir nos assuntos económicos". Esta opinião era, evidentemente, partilhada pela esquerda. Contudo, até o eleitorado conservador era sensível ao planeamento. Afinal, "do que se precisava era de cidades bem planeadas, bem construídas, de parques e campos de jogos, de lares e escolas, fábricas e lojas". No Reino Unido, na França, em Itália ou na Checoslováquia e na Polónia, o planeamento foi acompanhado da nacionalização dos bancos e seguros, dos transportes e serviços públicos e das indústrias militares e estratégicas. Explica ainda Judt que "todos os grandes investimentos tiveram de ser realizados com financiamentos públicos e orientaram-se para as indústrias mais importantes, à custa do consumo interno, da habitação e dos serviços".
A conversa adquire agora uma estranha actualidade. Em 1947, os governos cedem às políticas de austeridade, apesar de reconhecerem que "uma estratégia de sucesso deveria evitar qualquer regresso à estagnação económica e, sobretudo, ao desemprego".

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