terça-feira, 24 de maio de 2011

Texto apresentado a concurso no fugas "dicas dos leitores"



MACEIÓ TERRA DO SOL
Maceió a mais ocidental praia do Brasil esperou-me com surpresas e delícias do outro mundo. Mesmo em pleno Inverno foi um mês de descoberta e encantamento com uma temperatura amena e um sol maravilhoso a fazer lembrar o nosso verão. Uma trovoada repentina trouxe-me por momentos ao meu Alentejo, tão depressa veio como abalou.

Estamos no litoral do nordeste nome que por si só evoca um mundo de muita pobreza e de muitas lutas. Esta região evocada nos filmes da minha juventude no “novo cinema brasileiro” de Glauber Rocha, exibidos no cine-clube local, transportam-me para as histórias do cangaço com o casal Lampião e Maria Bonita, ou para os livros de Jorge Amado ou ainda para os ensaios sobre a fome de Josué de Castro.

Hoje, felizmente a realidade é outra e o progresso esta por todo lado, sobretudo no litoral onde florescem as oportunidades de formação e de trabalho.

A norte fica Maragogi cidade do litoral perto de Pernambuco, transformada num polo turístico tradicional, muito procurada pelos europeus, sobretudo italianos e últimamente também por portugueses.

 Muitos são os resortes idênticos mas a minha opção de férias foi outra.

Beneficiando do apoio dos amigos locais, Alice, Ariana e Maurício pude vivênciar de forma diferente esta região do Nordeste. Tendo alugado um T1 na orla costeira disfrutei não só das belezas naturais como da gastronomia e do contacto com as populações suas tradições e culturas.

Maceió perservou as festas religiosas Juninas em honra de S. Pedro, Santo António e São João com forte pendor pagão. Perservou e cultiva uma vida cultural intensa promovida sobretudo pelo Serviço Social do Commércio (sesc), com particular enfâse na divulgação de cinema de autor, teatro experimental, literatura, música, dança, festivais diversos e actividades desportivas etc. www.sesc.com.br

A visita às nove ilhas do rio Mundaú em barco de caracteristícas locais, o escuna, permite descobrir a restinga, um tipo de vegetação própia dos locais onde a água do rio se encontra com a do mar. Estes locais são os predilectos de uma fauna característica que faz as delícias da gastronomia regional, os peixes e os carangueijos. Estes escondem-se no mangue que jovens e menos jovens apanham das mais variadas maneiras. Os mariscos e o peixe mas também a carne entram na composição da cozinha local, uma outra descoberta que só este tipo de turismo permite descobrir. Visitar os restaurantes das Irmãs Rocha , o Peixarão e a Bodega do Sertão são locais obrigatórios para os amantes cultura culinária.

Beba um choppe e petisque uma casquinha de siri ou uma carne de sol “na manteiga de garrafa” ao fim do dia em ambiente de festa ouvindo o último forró do “calcinha preta”. Mas todas as ruas e praças dispõem de pequenos restaurantes e barsinhos de ótima cozinha e “tira gosto” locais a preços muito convidativos.

À noite no coqueirinho sentado na esplanada ao ar livre experimente um drink com sabor de frutas tropicais.

O calçadão da orla marítima, motivo de orgulho dos maceioenses, é uma obra prima de bom gosto e de excelente arquitectura paisagística que facilita o envolvimento dos citadinos com o turista e deste com o pescador e o povo trabalhador que elege aquela praia e aquele calçadão como local de lazer e convívio.j.r.

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