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Agora, o mundo entrou numa nova fase: nos países centrais, a transição para o neoliberalismo provoca uma espécie de “divórcio” entre os interesses das classes superiores e os do próprio país, como território econômico. O caso dos Estados Unidos é catastrófico: suas grandes empresas investem cada vez mais fora que dentro do país. A globalização levou a um deslocamento da produção industrial para as periferias: Ásia, América Latina, incluindo a África subsaariana.
Quanto aos aspectos políticos mais funestos do neoliberalismo, a aliança na cúpula das hierarquias sociais entre classes capitalistas e classes de gestores logrou, por diversos mecanismos, afastar as classes populares da política cotidiana. Isto é, as afastou dos jogos dos partidos e dos grupos de pressão. Para as classes populares, só restaram as lutas de rua. Vide a ocupação de Wall Street.
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Na França, sabe-se no que se tornou o Partido Socialista, completamente vendido à “globalização” ou neoliberalismo. Algo semelhante poderíamos dizer dos democratas nos Estados Unidos e eu deixo para vocês mesmos julgarem a situação do Brasil a esse respeito.
Isso remete às características daquilo que chamamos “terceira fase da crise”. Quais políticas serão adotadas face à nova recessão? Como será gerida a crise? Uma coisa é certa: essas dívidas não devem ser pagas, o que exige a transferência delas para fora dos bancos ou uma forte intervenção estatal na sua gestão.
Em termos geopolíticos, sem dúvida, eis um texto capital sobre a insustentabilidade social do pós-neoliberalismo em termos geopolíticos, donde se conclui: ou retornam as classes populares ao jogo político ou o mundo irá mergulhar numa recessão sem fim.
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