1,06 milhões de euros em notas depositados por funcionários na conta do CDS no final de 2004 - Política - PUBLICO.PT
Quanto ao negócio da compra dos submarinos pelo Estado português, este foi
finalizado com o consórcio alemão GSC (German Submarine Consortium) em Abril de
2004 pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, e tem sido alvo de
investigações, tanto em Portugal como na Alemanha, por suspeitas de corrupção.
No processo alemão, os dois gestores acusados decidiram admitir a
actuação criminosa para obter uma pena suspensa, tendo dito que entregaram ao
cônsul honorário de Portugal em Munique o montante de 1,6 milhões de euros.
Este, por sua vez, disse perante a justiça alemã que manteve encontros com o
ministro Paulo Portas e o primeiro-ministro Durão Barroso, para a concretização
do negócio.
Frisando que os 105 depósitos do CDS no BES foram feitos
entre os dias 27 e 30 de Dezembro de 2004, "muitos deles com intervalos de
minutos e a grande maioria em parcelas de 10 mil euros", os investigadores da PJ
descobriram também que os recibos para justificar a entrada daquelas verbas nos
cofres do partido teriam sido todos passados em datas posteriores aos depósitos.
Os próprios livros com os talões de recibos teriam sido encomendados já em
Janeiro de 2005.
Outros dados curiosos são os que se referem à
identificação dos doadores. Os funcionários da sede nacional do CDS emitiram um
total de 4216 recibos, neles anotando apenas o montante e o nome do doador,
notando a PJ tratar-se provavelmente de dados fictícios, exemplificando com o
"sonante e anedótico nome de doador "Jacinto Leite Capelo Rego", no valor de 300
euros".
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