06
Jun 11
Peço desculpa pelo palavrão, mas não encontrei melhor palavra para expressar o que acho que foi a mensagem de despedida de José Sócrates.
O ainda primeiro-ministro foi igual a si próprio: egocêntrico, arrogante, incapaz de reconhecer as suas responsabilidades, sem uma ponta de humildade, hipócrita e profundamente egoísta.
Não consigo entender como é que os seus correligionários mais próximos e alguns comentadores acharam que foi uma saída de cena digna.
Uma pessoa que conseguiu para o PS a sua primeira maioria absoluta, que a perde ao fim dum mandato, que afunda o PS numa das suas piores votações de sempre um ano e meio depois e que, perante esta, anuncia que vai abandonar a vida política activa, pouco tempo depois de ter voltado a ser eleito secretário-geral do partido, com uma esmagadora maioria, não lhes pede desculpa nem reconhece que errou e, ainda por cima, diz que se sente muito feliz. Isto tem dignidade?
Um primeiro-ministro que levou todo o tempo em que esteve no governo a assegurar que o país estava bem, mostrando como provas indicadores escolhidos cirurgicamente, que levou o país a uma das maiores crises da sua História, que quanto mais falou de estado social mais o enfraqueceu, que permitiu que o desemprego atingisse os maiores índices do tempo da democracia, que não foi capaz de se demitir quando a sua demissão podia ter permitido uma solução governativa que tivesse evitado estas eleições, que só serviram para entregar o poder à direita, que irá, acelerar o ataque ao estado social, com o estafado argumento de pôr as contas em dia, atirando o PS para uma cura de oposição, que outros que não ele, irão fazer, vira costas, afirmando que não via perder um segundo a olhar para trás e que se sente e vai ser muito feliz e é aplaudido pelos seus apaniguados?!!! Esta gente deve estar doida ou incapaz de reflectir com racionalidade. Deve ser do seguidismo do “grande líder” que praticaram acriticamente…
O homem atirou o PS e o Portugal para graves crises e agora despediu-se como se nada fosse com ele e como se nada mais tivesse a dizer aos portugueses que não fosse: "desemerdem-se"... è, de facto, digno dele...
PS: Não sei se, na conferência de imprensa de despedida, José Sócrates teve mais alguma palavra sincera para além das que expressou em relação aos seus filhos, cuja referência era dispensável naquele contexto…
Alvitrando
Alvitrando
Eu é que agradeço.
ResponderEliminarAproveito para desejar os maiores sucessos ao "A Puta da Carraça".