sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

(I)moralismos - Opinião - DN

(I)moralismos - Opinião - DN

Fosse o Bloco de Esquerda a dizê-lo e logo jorrariam acusações de sectarismo e de benefício à direita ultraliberal. Mas não foi o Bloco de Esquerda, foi a Comissão Europeia que num estudo agora tornado público, que compara os efeitos das medidas de austeridade adotadas na Estónia, na Espanha, na Grécia, na Irlanda, em Portugal e no Reino Unido, concluiu: "Portugal é o único país com uma distribuição claramente regressiva" do impacto da austeridade entre 2008 e 2011. Pondo a coisa em Português corrente: foram os mais pobres que mais pagaram os custos da austeridade posta em prática pelo Governo de José Sócrates.

Os nostálgicos do PEC IV, europeístas convictos, têm agora de responder a este libelo acusatório da Comissão Europeia. Durante o Governo do Partido Socialista, os 20% mais pobres perderam entre 4,5% e 6% do seu rendimento, ao passo que os 20% mais ricos perderam em média 3%. Isto sem contar com os efeitos devastadores que tiveram, nas vidas dos mais pobres, os cortes nos serviços públicos. Por alguma coisa Portugal é o país mais desigual da União Europeia. E não é certamente por má vontade das estatísticas do Eurostat.

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