sábado, 9 de abril de 2011

Na União Europeia existem mais de 140 centrais nucleares em funcionamento, a maioria com idade igual ou superior à da central de Fukushima

Produzido por Nelson Peralta   
Os eurodeputados chumbaram em Estrasburgo uma resolução conjunta sobre segurança nuclear, rejeitando igualmente todas as resoluções dos diferentes grupos políticos sobre a mesma matéria. Esta é uma situação rara no PE, tendo só ocorrido uma outra vez neste mandato a propósito da liberdade de imprensa em Itália.
A votação de alterações à resolução “ensinamentos a retirar para a segurança nuclear na Europa após o acidente nuclear no Japão” deu um pendor pró-nuclear ao texto global. No final, porém, a resolução acabaria por ser rejeitada com 264 votos a favor, 300 contra e 61 abstenções.
Para a eurodeputada Marisa Matias estes resultados revelam que o Parlamento está profundamente dividido, mas mostram sobretudo como os lobbies e os interesses do nuclear estão instalados. “Se não conseguimos sequer chegar a um acordo sobre energia nuclear depois do que aconteceu no Japão, então é mais do que evidente que os interesses estão aqui dentro do Parlamento”, denunciou Marisa Matias. A eurodeputada do Bloco de Esquerda lamenta ainda que o Parlamento não tenha conseguido tomar uma posição sobre a segurança dos cidadãos europeus em relação ao nuclear.
Na União Europeia existem mais de 140 centrais nucleares em funcionamento, a maioria com idade igual ou superior à da central de Fukushima. A resolução definia os critérios de segurança, dos testes de stress, as normas para implementar moratórias e para fechar centrais que não estejam em condições. As alterações introduzidas mudaram o sentido da resolução, que acabou rejeitada com os votos contra dos eurodeputados eleitos pelo Bloco de Esquerda.

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