sábado, 27 de novembro de 2010

A PERCA DE UM AMIGO

Ontem faleceu um dos amigos de  infância, talvez "o" amigo de infância. Meu companheiro de carteira e elo de ligação com aquela aldeia e com aquele tempo. Com a sua morte acabou-se a cumplicidade em torno das traquinices desse tempo. Ele era a ida aos pardais, os passeios no campo e mais tarde as primeiras leituras da "seara nova", os livros proibidos, as conversas na juventude sobre a guerra colonial e o fascismo. Apesar de cada um ter seguido rumos diferentes sempre nos mantivemos em contacto, mesmo quando se passavam anos sem nos vermos. E quando nos víamos era sempre uma festa. Petiscos, bom vinho da terra e sobretudo recordações dos amigos, e das gentes boas da terra. Tudo era passado em revista. Sempre que vinha da casa dele vinha mais feliz, mais leve e com projectos de ai retornar. Desta vez não vai ser mais possível. Fico triste por isso e estou certo que muitas mais pessoas estarão comigo pois o José era mesmo assim: bom, simples, cuidadoso e sobretudo amigo.jr

1 comentário:

  1. A família não podemos escolhe-la, mas os amigos sim. É por isso que são tão importantes.

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