terça-feira, 17 de julho de 2012

Avignon em 4 linhas ou menos

Em Dis­abled The­atre, de Jérôme Bel, há uma den­si­dade na descoberta do gesto, e de con­strução de um olhar não-preconceituoso que descon­fi­amos de tamanha gen­erosi­dade vinda de alguém que nunca escon­deu as dúvi­das que os artí­fi­cios teatrais lhe causam. E o cin­ismo com que Bel e os actores do The­atrer Hora, por­ta­dores de defi­ciên­cia men­tal, con­stroem a dra­matur­gia do espec­táculo , fazendo jogar a seu favor o descon­forto do espec­ta­dor, é pro­fun­da­mente tocante. Dis­abled The­atre deixa, rap­i­da­mente, de ser um tra­balho sobre a imper­feição do corpo para pas­sar a ser um sobre a imper­feição do olhar e do próprio discurso.
Disabled Theater © Christophe Raynaud de Lage / Festival d'Avignon

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